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21 de mai. de 2010

O Demônio Familiar, de José de Alencar

Escrita em 1857, é considerada uma das melhores peças teatrais de José de Alencar, que a escreveu em sua mocidade. O Demônio Familiar é uma comédia em quatro atos, de costumes leve, uma peça que não oferece grandes dificuldades.                 É a história de um escravo que quer casar os patrões com parceiros mais abonados e acaba sendo o capeta da trama. O castigo que ele recebe é a alforria. Fica a idéia de que o negro tem de ser tutelado. Vale lembrar que o autor era um aristocrata rural. O romantismo das personagens, a superficialidade delas, provêm do enredo tecido em torno de uma situação inverossímil e cômica. As personagens, femininas e masculinas se enredam facilmente com as peripécias provocadas pelo criado Pedro. Tudo porque Pedro queria ser cocheiro. Para ele, que era escravo, ser cocheiro era adquirir promoção social. E o autor criava situações que somente numa peça cômica, estilo farsa, poderiam aparecer.
Alencar, influenciado pelos gracejos literários do teatro de comédia italiano, pela influência da dramaturgia de Alexandre Dumas, e pelas personagens dramatizadas da peça O Casamento de Olímpia, do francês Émile Augier, fez surgir a comédia com a personagem central dramatizada romanticamente representada por Pedro, O Demônio Familiar
Os eventos da sala de jantar da dramaturgia romântica alencariana, da peça O Demônio Familiar, ocorreram em meados do século XIX, tempo escravocrata. Era totalmente improvável que um criado, mesmo de nome Pedro, fosse tratado com modos tão corteses, por pequenos burgueses que, para justificarem a ascendência social, tinham de mostrá-la com uma suposta superioridade no tratar seus subordinados com a severidade característica dessa classe fútil.
A exclusão social dos familiares envolvidos na trama, com relação ao escravo Pedro, O Demônio Familiar, não aparece. Era como se não existisse. Não é à-toa que foi classificada como uma comédia de revista. Os patrões do moço serviçal Pedro, e os amigos desses (patronos), toleravam de muito boa vontade, suas manipulações, sem sequer uma simples admoestação mais severa.
Na peça O Demônio Familiar, o moço Pedro convive com todos e suas amizades, como se fosse um membro da família, fazendo e acontecendo, no papel de servo.

16 de mai. de 2010

Mãos de cavalo, de Daniel Galera (Cia das Letras)

Saiu na Imprensa:Correio Braziliense  /
Rito de passagem Sem abandonar as referências pop que permeiam sua geração, o gaúcho Daniel Galera mostra extraordinário domínio narrativo em Mãos de cavalo – uma reflexão sobre autoconhecimento e independência Tiago Faria .Parece inevitável (e deliciosa) a comparação com o mais antigo dos ritos de passagem enfrentados por bandas de rock. Alistado a uma grande gravadora - ou melhor, a editora Companhia das Letras -, o gaúcho Daniel Galera chega, aos 26 anos de idade, no momento em que definições rasteiras criadas para ele deixam de fazer muito sentido. Em que dar passos adiante não se faz apenas necessidade, mas questão de sobrevivência. Antes, estávamos diante do inquieto "blogueiro", do típico representante da "geração internet", do agitador da literatura jovem que fizera barulho ao publicar dois livros por conta própria (a coletânea de contos Dentes guardados, de 2001, e o romance Até o dia em que o cão morreu, de 2003, que irá ao cinema sob direção de Beto Brant). Esses e outros rótulos desabam diante do rigor explicitado em Mãos de cavalo. Na transição para esse tal de mainstream, o autor não aceita mais simplificações que caibam em adjetivos como "juvenil" ou "renovador". A estação que Galera transmite lança sons dissonantes capazes de confirmá-lo como uma genuína revelação literária. Em um primeiro momento, o livro alterna essas duas histórias - a do garoto e a do homem - como se elas corressem de forma independente uma da outra. Em um pólo, estão as aventuras do adolescente às voltas com jogos de futebol, festinhas e conversas aparentemente descompromissadas com colegas. No outro, uma jornada existencial de um homem que, apesar da aparência de uma vida estável, descobre-se preso a uma antiga indefinição de identidade. É do jogo entre esses dois tempos que Galera ergue uma reflexão firme sobre autoconhecimento e independência. O escritor não precisa roubar os lugares-comuns dos textos orgulhosamente apressados que viraram praxe na internet - ele mesmo vê a realidade de uma forma picotada, como uma série de eventos fragmentados e "janelas" que se abrem para flashes de memórias, sonhos e divagações. Impressiona que, para buscar esse lugar particular no mundo, o escritor tenha rejeitado formas fáceis de chamar atenção. Sem pretensão alguma de soar transgressor - pelo contrário, ele se assume como um conservador - e com um texto enxuto que praticamente anula o ritmo feérico que virou chavão em textos de internet, Galera frustra os vícios do leitor à espera de choque rápido. Com parágrafos longuíssimos e descrições obsessivas de tão detalhadas, o primeiro capítulo do livro nos obriga a acompanhar com lupa o trajeto de um menino em uma "Caloi Cross aro 20 com freio de pé", que desbrava sem medo o ambiente familiar da Esplanada, loteamento residencial em Porto Alegre. No capítulo seguinte, esse menino retomará como Hermano, um cirurgião plástico bem de vida, casado e com filha. Às 6h08 da manhã, esse homem deixará a casa e seguirá "on the road" com o objetivo de escalar um cerro boliviano. Mas a viagem do livro é interna, feita quase que inteiramente por um embate com lembranças, pela tentativa de entendimento com opções e crises do passado.

CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS LITERÁRIAS


  • romantismo
 Linguagem subjetiva , popular, informal .
Individualismo (egocentrismo).
Liberdade de criação: inspiração nacionalista e indianista.
Natureza dinâmica
Predomínio do sentimento sobre a razão
Espiritualismo e fé crista (religiosidade)
 Lirismo.

  • Realismo e naturalismo (2a metade do sec.XIX)
 Prosa realista e naturalista:
Busca da verdade sensível
Tendência à observação
Objetivismo, ausência de idealização
Sensorialismo e sensualismo
Busca do rigor lógico
Predomínio da análise (psicológica ou social) sobre a ação
Análise fiel da motivação dos personagens, mesmo em seus aspectos negativos
Lentidão narrativa e descritiva.  

Características específicas do Naturalismo:
Cientificismo
Animalização do homem
Visão radicalmente determinista
Interesse pelas classes baixas
Amoralismo: tudo deve figurar na arte, independente de avaliações morais.
Gosto pelo patológico no plano físico (doenças, deformações), psicológico (taras) e social (Marginalizados).

  • parnasianismo (2a metade do sec.XIX)
Reação ao sentimentalismo exagerado dos românticos
Tendências clássicas ( volta à cultura greco-latina )
Desejo de contenção emocional: impassividade e objetividade
Poesia descritiva de fatos históricos, fenômenos naturais e objetos artísticos
Culto da forma: não há arte sem beleza e perfeição formal (métrica regular / rimas ricas e preciosas / vocabulário cuidado / versos perfeitos .

  • Simbolismo  (final do sec. XIX )
Buscando uma forma nova, capaz de sugerir o mundo vago do inconsciente e a inquietação metafísica, os simbolistas realizaram uma renovação da linguagem poética, percebida em suas características.  Que são:
Ênfase na sugestão e não na descrição
Expressão indireta através de metáforas e símbolos.
Exploração das correspondências entre a realidade sensível e a realidade espiritual e emotiva.
Mistura de sensações (sinestesia).
Aproximação entre poesia e música.
Renovação do vocabulário poético
Ânsia de ascensão espiritual
Reação ao materialismo do estilo anterior.

11 de mai. de 2010

Livros para vestibular UFG-2011


A Pró-reitoria de Graduação (Prograd/UFG) divulgou a lista de obras literárias que serão utilizadas pela banca de Língua Portuguesa para desenvolvimento das provas do vestibular 2011. Confira abaixo a lista dos livros:

  • Livro dos homens, de Ronaldo Correia de Brito (Editora Cosac & Naify)
  • I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias (L&PM)
  • Mãos de cavalo, de Daniel Galera (Cia das Letras)
  • Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida (Diversas
  • Editoras)
  • O demônio familiar, de José de Alencar (Diversas Editoras)
  • Minigrafias, de Luís Araújo (Cânone Editorial)
Verifique se as obras aqui indicadas encontram-se disponíveis na Biblioteca Digital de Domínio Público - www.dominiopublico.gov.br


9 de mai. de 2010

Trovadorismo

Contexto histórico : Feudalismo, período negro da humanidade, teocentrismo.
Duas espécies de produção literária : cantigas lírico-amorosas(de amor e de amigo) e    satíricas (de escárnio e maldizer)
Cantigas de amor       
compostas por um trovador ;eu-lírico masculino; fala à uma mulher nobre, geralmente casada;omissão do nome da amada;linguagem formal, ausência de paralelismo;idealização amorosa;ambientação  urbana-aristocrática

Cantigas de amigo
composta por um trovador;eu-lírico feminino;elogios ao homem amado nos aspectos físicos, econômicos e morais; os homenageados eram cavaleiros medievais que saiam em combate; o amado é comparado a elementos naturais;Há idealização amorosa; paralelismo, musicalidade; linguagem informal;ambientação popular rural ou urbana;

Cantiga de escárnio
critica indireta, sutileza, presença de ironia, não há citação de nomes , nem expressões vulgares.
Cantigas de maldizer
crítica direta, cita nomes,uso de palavrões.

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